O que é um Artigo Científico?
Segundo a ABNT (NBR 6022, 2003, p.2), o artigo científico pode ser definido como a “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Mediante tal definição, um questionamento que se mostra relevante faz referência à diferença demarcada entre um artigo e uma monografia. Em consonância a esta pergunta, respostas poderão surgir, tais como a de que o artigo possui uma forma mais simplificada que a monografia. Sendo assim, veremos algumas elucidações, a fim de que possíveis dúvidas possam ser esclarecidas acerca do tema em questão.
O artigo científico, como o próprio nome já nos revela, caracteriza-se por um texto científico cuja função é relatar os resultados, sendo esses calcados de originalidade, provenientes de uma dada pesquisa. Dessa maneira, ele, materializado sob a forma de um relato acerca dos resultados originais de um estudo realizado, torna-se publicamente conhecido por meio de revistas científicas, as quais possuem uma seção destinada a esse fim. Assim assevera Santos (2007, p. 43), “são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação convertida”.
Como antes citado, há a hipótese de que a concisão seja a característica que demarca a diferença entre a monografia e o artigo. Assim, precisamos compreender acerca de alguns pressupostos, a fim de que possamos confirmar ou não se tal hipótese é verdadeira.
O primeiro passo é compreendermos que enquanto na monografia existe a possibilidade de se esmiuçar um determinado assunto, estendendo-o em vários capítulos, no artigo científico tal aspecto não prevalece.
Como se trata de um texto que prima pela concisão dos dados apresentados, ele precisa passar por um critério rigoroso de correção, no sentido de verificar a estruturação dos parágrafos e frases, garantir a clareza e objetividade retratadas pela linguagem, entre outros. Não deixando de mencionar que num artigo, o revisor precisa estar livre para se posicionar frente ao objeto de análise, levando em consideração alguns aspectos voltados para a análise dos argumentos apresentados, checagem do valor científico atribuído ao texto em questão, verificação da possibilidade de se tornar público (estar disponível a outras pessoas), confirmação da possibilidade de abertura a possíveis reavaliações em função de novas descobertas e, consequentemente, apresentação de melhores resultados, etc.
Quanto ao conteúdo abordado no artigo, ele pode apresentar distintos aspectos, como também pode cumprir outras tarefas, conforme nos revelavam Marconi e Lakatos (2005, p. 262):
a) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido;
b) oferecer soluções a questões controvertidas;
c) levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto novas ideias, para sondagem de opiniões ou atualização de informes.
d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma.
Mediante tais postulados, pode parecer um tanto quanto complicado ao autor elaborar seu artigo, mas o que na verdade ocorre é que, frente a tal incumbência, ele descobrirá pontos relevantes que o permitirão desenvolver habilidades, tais como: a de sintetizar suas ideias frente ao contexto científico, a de selecionar de forma concisa e ao mesmo tempo precisa as fontes bibliográficas que lhe servirão de apoio, bem como a de avaliar melhor os dados coletados e apresentar os resultados obtidos, entre outros aspectos.
Com base em tais postulados, obtém-se a conclusão de que atualmente é crescente o número de instituições que requisitam a produção do artigo em vez da monografia. Lembrando que essa produção pode ser realizada de forma provisória, por meio de um projeto de pesquisa, o qual delimitará anteriormente as bases que fundamentarão o trabalho a ser realizado.